Praça Barão do Rio Branco já foi o ponto mais
importante da cidade de João Pessoa
(Foto: Juliana Brito/G1)
A região da Praça Barão do Rio Branco, localizada entre as avenidas Visconde de Pelotas e Duque de Caxias, no Centro de João Pessoa, concentrava a parte administrativa da então ‘Capitania Real da Parahyba’, no início do século 18. Conhecida, na época, como ‘Largo do Erário’, a área abrigou a Câmara, a cadeia pública, o mercado público, a ‘repartição dos Correios’ e o erário público.
Havia ainda, a casa do capitão-mor (mandatário da Capitania) e o ‘pelourinho’ – onde os criminosos eram castigados e expostos à população. Em meio à movimentação administrativa e financeira, no local, também funcionou o primeiro açougue da Capitania.
De acordo com informações do arquiteto Umbelino Peregrino, diretor técnico da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Paraíba, a região do ‘Largo do Erário’ concentrava a elite local. “Aquele largo era o cérebro administrativo da Capitania”, afirma o arquiteto. Ele explica que, naquele período, a sede da Capitania estava dividida, basicamente, em duas regiões, a ‘parte alta’ (região da ‘Praça do Erário’) e a ‘parte baixa’ (na área do Varadouro).
O prédio que já foi a Casa do Capitão-Mor hoje é
ocupada pela Polícia Federal (Foto: Juliana Brito/G1)
Segundo ele, a principal ligação entre as duas principais zonas de movimentação eram a Ladeira da Borborema, que dá acesso à igreja matriz (primeira capela da cidade, construída em 1586, e atual Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves), e a Ladeira de São Francisco, no adro do Largo da Igreja de São Francisco.
Na região do Varadouro, na ‘parte baixa’, se concentrava a área comercial. Era onde estavam a Alfândega, os armazéns do porto do Varadouro, e onde acontecia a movimentação de carga e descarga de mercadorias, que eram transportadas pelo Rio Sanhauá. “Lá, funcionava ‘o grosso’. Muitas vezes, existiam armazéns embaixo e residências em cima. Isso era muito comum. Mas, a parte religiosa, administrativa e residencial mais elitizada, estava na ‘parte alta’”, informou Peregrino.
Uma das edificações mais importantes da área conhecida atualmente como ‘Praça Rio Branco’ é o prédio de número 30, denominado como ‘Casa do Erário’, construído em 1785, durante a administração do capitão-mor Jerônimo José de Mello e Castro. Segundo Umbelino Peregrino, no local, foi instalado o primeiro açougue da cidade. “Em uma época que comer carne era sinal de status”, conforme destaca o arquiteto.
Em seguida, o lugar foi transformado em mercado público, passando, em 1869, a funcionar como ‘repartição dos Correios’, durante dois anos. Em 1971, a edificação foi transformada em depósito, atividade mantida por cinco anos. Entre 1976 e 1981, a casa permaneceu fechada, em situação de abandono, quando, já sem teto, começou a ser restaurada.
“Essa casinha estava ‘na mira’, ia ser fruto de demolição”, afirmou Umbelino Peregrino. De acordo com pesquisas do Iphan, a casa, de construção colonial, com elementos arquitetônicos do século XIX, foi erguida em pedra e cal e é um dos raros registros da arquitetura oficial do século XVIII em todo o Estado da Paraíba.
Atualmente, o imóvel, tombado pelo Iphan, abriga a Casa do Patrimônio de João Pessoa, que é uma extensão da Superintendência do Iphan na Paraíba, onde ocorrem ações voltadas à Educação Patrimonial, a exemplo de exposições e outras atividades culturais. A Praça Barão do Rio Branco foi construída entre os séculos XVI e XVII e faz parte da área tombada pelo Ihaep (1987) e pelo Iphan (2007).
Sabadinho Bom / Beco Cultural
Após um processo de revitalização, iniciado em 2009, a ‘Praça Rio Branco’ foi inaugurada e entregue à população em agosto de 2010. A reforma foi realizada pelo Iphan, em parceria com a Prefeitura de João Pessoa (PMJP), com recursos da ordem de R$ 400 mil, por meio do o Plano de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PACH), do governo federal.
Projeto Sabadinho bom leva dezenas de pessoas para ouvir chorinho em praça pública
(Foto: Juliana Brito/G1)
Após as apresentações musicais do ‘Sabadinho Bom’, por volta das 17 horas, têm início as atividades no ‘Beco Cultural Philipéia’, espaço localizado na Rua Braz Floriano, em frente à ‘Cachaçaria Philipéia’. A Associação Cultural Beco da Philipéia é responsável pela programação das apresentações que ocorrem no local. Músicos e artistas locais, mestres da cultura popular e grupos folclóricos garantem a animação do público, todo sábado, até as 22 horas.
Fonte:G1