quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Antigo núcleo econômico de João Pessoa-PB vira praça com roda de choro


Praça Barão do Rio Branco já foi o ponto mais
importante da cidade de João Pessoa
(Foto: Juliana Brito/G1)

A cidade de João Pessoa tem pontos que unem o histórico e o atual. É o caso da Praça Barão do Rio Branco, que no século 18 reunia alguns dos casarões mais importantes da sociedade e hoje é marcada pela presença constante de grupos de choro e de samba que se apresentam gratuitamente para a população.
A região da Praça Barão do Rio Branco, localizada entre as avenidas Visconde de Pelotas e Duque de Caxias, no Centro de João Pessoa, concentrava a parte administrativa da então ‘Capitania Real da Parahyba’, no início do século 18. Conhecida, na época, como ‘Largo do Erário’, a área abrigou a Câmara, a cadeia pública, o mercado público, a ‘repartição dos Correios’ e o erário público.

Havia ainda, a casa do capitão-mor (mandatário da Capitania) e o ‘pelourinho’ – onde os criminosos eram castigados e expostos à população. Em meio à movimentação administrativa e financeira, no local, também funcionou o primeiro açougue da Capitania.
De acordo com informações do arquiteto Umbelino Peregrino, diretor técnico da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Paraíba, a região do ‘Largo do Erário’ concentrava a elite local. “Aquele largo era o cérebro administrativo da Capitania”, afirma o arquiteto. Ele explica que, naquele período, a sede da Capitania estava dividida, basicamente, em duas regiões, a ‘parte alta’ (região da ‘Praça do Erário’) e a ‘parte baixa’ (na área do Varadouro).

O prédio que já foi a Casa do Capitão-Mor hoje é
ocupada pela Polícia Federal (Foto: Juliana Brito/G1)

Segundo ele, a principal ligação entre as duas principais zonas de movimentação eram a Ladeira da Borborema, que dá acesso à igreja matriz (primeira capela da cidade, construída em 1586, e atual Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves), e a Ladeira de São Francisco, no adro do Largo da Igreja de São Francisco.
Na região do Varadouro, na ‘parte baixa’, se concentrava a área comercial. Era onde estavam a Alfândega, os armazéns do porto do Varadouro, e onde acontecia a movimentação de carga e descarga de mercadorias, que eram transportadas pelo Rio Sanhauá. “Lá, funcionava ‘o grosso’. Muitas vezes, existiam armazéns embaixo e residências em cima. Isso era muito comum. Mas, a parte religiosa, administrativa e residencial mais elitizada, estava na ‘parte alta’”, informou Peregrino.

Uma das edificações mais importantes da área conhecida atualmente como ‘Praça Rio Branco’ é o prédio de número 30, denominado como ‘Casa do Erário’, construído em 1785, durante a administração do capitão-mor Jerônimo José de Mello e Castro. Segundo Umbelino Peregrino, no local, foi instalado o primeiro açougue da cidade. “Em uma época que comer carne era sinal de status”, conforme destaca o arquiteto.

Em seguida, o lugar foi transformado em mercado público, passando, em 1869, a funcionar como ‘repartição dos Correios’, durante dois anos. Em 1971, a edificação foi transformada em depósito, atividade mantida por cinco anos. Entre 1976 e 1981, a casa permaneceu fechada, em situação de abandono, quando, já sem teto, começou a ser restaurada.
“Essa casinha estava ‘na mira’, ia ser fruto de demolição”, afirmou Umbelino Peregrino. De acordo com pesquisas do Iphan, a casa, de construção colonial, com elementos arquitetônicos do século XIX, foi erguida em pedra e cal e é um dos raros registros da arquitetura oficial do século XVIII em todo o Estado da Paraíba.

Atualmente, o imóvel, tombado pelo Iphan, abriga a Casa do Patrimônio de João Pessoa, que é uma extensão da Superintendência do Iphan na Paraíba, onde ocorrem ações voltadas à Educação Patrimonial, a exemplo de exposições e outras atividades culturais. A Praça Barão do Rio Branco foi construída entre os séculos XVI e XVII e faz parte da área tombada pelo Ihaep (1987) e pelo Iphan (2007).

Sabadinho Bom / Beco Cultural

Após um processo de revitalização, iniciado em 2009, a ‘Praça Rio Branco’ foi inaugurada e entregue à população em agosto de 2010. A reforma foi realizada pelo Iphan, em parceria com a Prefeitura de João Pessoa (PMJP), com recursos da ordem de R$ 400 mil, por meio do o Plano de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas (PACH), do governo federal.

Projeto Sabadinho bom leva dezenas de pessoas para ouvir chorinho em praça pública
(Foto: Juliana Brito/G1)

Semanalmente, a Praça Rio Branco passou a abrigar, nas tardes de sábado, o projeto ‘Sabadinho Bom’, realizado desde 2011 pela prefeitura da capital. A partir do meio-dia, grupos de choro, de samba e de outros gêneros musicais – a maioria compostos por artistas locais – se apresentam gratuitamente no palco instalado na Praça.

Após as apresentações musicais do ‘Sabadinho Bom’, por volta das 17 horas, têm início as atividades no ‘Beco Cultural Philipéia’, espaço localizado na Rua Braz Floriano, em frente à ‘Cachaçaria Philipéia’. A Associação Cultural Beco da Philipéia é responsável pela programação das apresentações que ocorrem no local. Músicos e artistas locais, mestres da cultura popular e grupos folclóricos garantem a animação do público, todo sábado, até as 22 horas.






Fonte:G1

 
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