segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O talento de um "barbeiro"

O poder da música já fez com que várias pessoas abandonassem (futuras) carreiras em outras áreas. Chico Buarque largou a arquitetura; João Bosco, a engenharia; Edu Lobo, o direito; Guinga, a odontologia; Noel Rosa, a medicina. Embora nunca tenha pensado em enveredar por caminhos acadêmicos - mesmo sob forte pressão do pai -, em 1995 o alagoano José Augusto Roberto da Silva deixou de vez seu ofício primeiro, a barbearia, para se dedicar exclusivamente ao ritmo, às melodias, harmonias, contrapontos e "baixarias" de seu violão de sete cordas, mas manteve as origens no apelido.

Hoje com 61 anos, Zé Barbeiro tem mais de 160 composições, fala sério sobre a intenção de ainda gravar todas e brinca dizendo achar que a vida não lhe dará tempo de chegar às 300.  Zé Barbeiro tem em sua matriz musical o choro, mas passeia com naturalidade por uma infinidade de estilos. "O choro e o samba vêm em primeiro lugar, mas eu gosto de bolero, tango, música japonesa e italiana. As pessoas até me perguntam se, com toda essa estrada, eu não penso em dar aulas. Até penso, mas nunca vou largar o bar e a noite, e a diversão que é tocar com os amigos", diz.

José Augusto Roberto da Silva o Zé Barbeiro

Autodidata e intuitivo, comprou seu primeiro sete cordas e começou a participar de festivais na década de 1970. De lá pra cá, segue sendo praticamente um anônimo para o público, mesmo tendo tocado com Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso, Altamiro Carrilho, Zeca Pagodinho, Noite Ilustrada, Dona Inah, Batatinha, entre outros. Nomes apenas comprobatórios de que Zé Barbeiro, há tempos, deve figurar no panteão dos que tratam a música com a fineza que ela merece.

Zé Barbeiro é considerado pela critica especializada um dos mais modernos compositores de choro da atualidade e um dos músicos mais influentes para a nova geração de chorões no estado de São Paulo. Representante importante do movimento de renovação do choro, não só pela forma de tocar o violão de 7 cordas, como também pela característica de suas composições, influenciou boa parte dos jovens intérpretes e compositores da cena atual paulista.


Zé Barbeiro | Canção para Sofia (Zé Barbeiro) 
Show que ocorreu no Teatro Anchieta do Sesc Consolação dia 08/10/2012


Segura A Bucha (Zé Barbeiro)

Zé Barbeiro (Violão 7 Cordas);
* Alexandre Ribeiro (Clarinete);
* Fabrício Rosil (Cavaquinho);
* Léo Rodrigues (Pandeiro);
* Rodrigo Y Castro (Flauta).

Arquivo: Raíssa Amaral - Piracicaba / SP - Brasil

 
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