segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Filme: Choros, chorinhos e chorões em 5 minutos

É do desenhista, artista plástico e designer William Figueiredo Côgo, de 34 anos, a idéia supimpa de contar em um filme de curta metragem - com traços firmes, singelos e muito colorido - uma breve história do choro, único gênero musical genuinamente carioca. São cinco minutos de emoção, beleza, talento e simplicidade. Côgo conseguiu fazer um desenho animado surpreendentemente original: calçadas em pés de moleque, bolas de gude, pipas coloridas, sino de igreja, o luar alto, crianças pobres (provavelmente filhas de estivadores, operários, lavadeiras e quituteiras), mulata, pandeiro, viola, saxofone e muita alegria. Os cenários são pintados a mão. Um choro recorrente. Sem palavras.

Para realizar Alma carioca, um choro de menino, Côgo se inspirou nos traços do caricaturista José Carlos de Brito e Cunha, o J.Carlos (1884-1950). Foi a melhor oportunidade que o diretor e designer, também carioca, formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, encontrou para homenagear Pixinguinha, João da Bahiana e Donga - a santíssima trindade do chorinho - pais fundadores de Os Oito Batutas, o primeiro grupo a levar a música popular brasileira para o exterior. Foram para a Europa em janeiro de 1922 para uma curta apresentação. Acabaram ficando por lá meio ano.

O filmete retrata a história de um menino, morador da zona portuária do Rio, que, nos primeiros anos do século passado, se encanta com os chorinhos e os chorões originais da Pedra do Sal, na época da Tia Ciata e outras baianas fundamentais. A inspiração nos traços de J. Carlos é coerente. O cartunista, chargista e ilustrador retratava o Rio de Janeiro dos anos 1920, período em que o choro - gênero criado pelo flautista Joaquim Calado no fim do século 19 - deixava os salões e começava a conquistar definitivamente as ruas da cidade.


 
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